INSTITUTO RUMPILEZZ
O Instituto Rumpilezz*, criado pelo maestro e educador Letieres Leite, é composto pela Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz, pelo Coletivo Rumpilezzinho, Letieres Leite Quinteto e o programa socioeducativo Rumpilezzinho – Laboratório de ensino musical para jovens.
Entre tantas criações de Letieres, a Orkestra Rumpilezz é aquela que mais reverberou pelo mundo. Ao colocar lado a lado as raízes rítmicas afro-baianas e a harmonização do jazz, a bigband instrumental de percussão e sopros, conecta local e global com uma identidade inconfundível.
“O Quinteto nasceu da mesma ideia que me impulsionou a criar a Rumpilezz, ambos são feitos do mesmo barro: o Universo Percussivo Baiano, que chamo de UPB, e suas transmissões rítmicas para instrumentos como sax, flauta, baixo e bateria”, explica Letieres. Formado pelos instrumentistas Ldson Galter, Marcelo Galter, Tito Oliveira e Luisinho do JeJe, o grupo executa um repertório autoral com toda liberdade de improvisação.
RUMPILEZZINHO
O Programa Rumpilezzinho é voltado para jovens e profissionais com o compromisso constante de pesquisar as matrizes musicais e culturais afro-brasileiras, e tem como objetivo compartilhar saberes, expandir referências artísticas e culturais, qualificar jovens musicistas como sujeitos de memória e potencial profissional para inserção no mercado.
Todas as atividades e grupos do Instituto carregam a longa trajetória do seu diretor, Letieres Leite (1959-2021), diretor, músico, arranjador, pesquisador e educador, que ao longo de 30 anos, acumulou uma experiência nos cenário cultural e mercado musical nacional e internacional, desenvolvendo uma pesquisa que se debruça sobre as complexas e sofisticadas estruturas musicais dos gêneros de matrizes africanas, para compreender e re-estruturar a compreensão (prática e teórica) da musicalidade brasileira, tão amplamente dominado por preceitos eurocêntricos.
Os projetos e ações artísticas, culturais, educacionais e sociais do Instituto são voltados para a promoção da consciência crítica acerca da contribuição negro-diaspórica para a cultura brasileira. A exemplo do Festival Rumpilezz (2020-2022), um projeto idealizado pelo maestro, que reuniu apresentações musicais, bate-papos, documentários, playlist, laboratórios, oficinas, entre outras atividades.Em 2021, Leiteres Leite partiu para outro plano, deixando sementes para manter sua arte viva. O maestro nos deixou a missão de difundir seu legado e colocar a música afro-brasileira e instrumental no patamar que merecem, trazendo à luz a consciência de que os ritmos africanos que cruzaram o Oceano Atlântico, sem perderem a sua essência, seguem cadenciando a dita música popular brasileira.
LETIERES LEITE
Uma tempestade criativa e espontânea que carregava, no corpo, música, alegria e generosidade. É assim que as pessoas lembram do maestro, instrumentista, compositor e pesquisador Letieres Leite (1959-2021), cujo amor pela música deixou sementes e inspirou quem conviveu com sua arte a manter sua música viva.
Criador e regente da Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz desde 2006, o instrumentista, compositor e pesquisador tinha a bigband como cartão de visitas para aplicação do seu método, suas teses e pesquisas. Ao longo de mais de 30 anos de estudo, catalogou e sistematizou as bases conceituais para criação do método chamado por ele de Universo Percussivo Baiano (UPB). Comprometido com a música afro-baiana, revelou ao mundo os conhecimentos aprendidos pela música forjada nas ruas de Salvador e deu lugar de prestígio educacional e artístico a este saber.
Fundou, nos anos 2000, a AMBAH (Academia de Música da Bahia), em Salvador, e atuou como produtor e diretor musical de diversos projetos da música popular brasileira e mundial. Maria Bethânia, Lenine, Gilberto Gil, Toninho Horta, Paulinho Moura, Lulu Santos, Ivete Sangalo e Olodum foram alguns nomes nacionais, além do saxofonista norte-americano Joshua Redman, o trompetista Steven Berstein e o arranjador Arturo O’ Farril & AfroLatin Jazz Orchestra – algumas referências de artistas que fizeram parceria com o compositor.